Rico em biodiversidade, país abriga exemplos de demonstração afetiva em espécies-símbolo.
Por Redação
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Araras/Foto/Renato Santana |
Afeto não é uma exclusividade humana. Outras espécies também compartilham carinho e cuidado, às vezes por toda a vida. O tema é objeto constante de estudos, mas, apesar de um certo “romantismo”, o que se sabe ao certo é que esse comportamento está relacionado com a necessidade de reprodução e evolução biológica.
“Devido à sua beleza, formas e cantos, as aves fascinam e estão entre os melhores grupos animais para engajar a sociedade com a conservação da natureza. O comportamento monogâmico de algumas espécies aproxima ainda mais as aves e as pessoas”, diz o biólogo e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), Pedro Develey, que também é diretor-executivo da Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil).
No país, as aves roubam a cena: cerca de 90% delas formam casais que ficam juntos por períodos reprodutivos ou por toda a vida. “As unidades de conservação brasileiras, que cobrem uma área de 1,5 milhão de quilômetros quadrados, cerca de 17% do território nacional, têm importante papel na preservação de ambientes equilibrados para a conservação da fauna, incluindo as aves”, explica Marion Silva, coordenadora de Áreas Protegidas da Fundação Grupo Boticário.
Dia doze de junho em que se comemora o Dia dos Namorados, confira algumas espécies de aves “românticas” que vivem no Brasil e saiba um pouco mais sobre elas.
Araras
Assim como os papagaios, há várias espécies de araras, um dos símbolos da fauna brasileira. As mais conhecidas são a arara-azul-grande, a arara-canindé, a arara-vermelha e a arara-militar. Estão presentes, principalmente, na Amazônia e em rios costeiros, podendo ser encontradas também no Pantanal e em áreas de Cerrado no Planalto Central. Com características afetuosas e brincalhonas, o casal vive junto por muito tempo, mesmo fora dos períodos reprodutivos. Por esse motivo, sua taxa reprodutiva é baixa, tendo quase sempre dois ovos a cada ninhada. Vivem por 60 anos ou mais e também correm risco de extinção devido à caça e captura ilegal.
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Papagaios foto Renato Santana
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Papagaios
Os papagaios são os mais populares e sociáveis. São conhecidos como mestres do amor eterno devido à estimativa de que 90% sejam monogâmicos. Papagaio é o nome popular do gênero Amazona, com mais de 30 espécies que vivem no hemisfério Sul e na América Central. No Brasil, são 12 espécies que podem ser encontradas no país todo, especialmente na Amazônia, no Cerrado e na Mata Atlântica. O mais comum deles é o papagaio-verdadeiro. Eles se destacam pela beleza, graciosidade, inteligência e longevidade. Vivem em média 60 anos, podendo chegar aos 80. Algumas espécies estão ameaçadas de extinção devido ao desmatamento e ao tráfico ilegal de animais silvestres.
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Suindara Foto: Renato Santana
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Suindara, a coruja-da-igreja
Também conhecida como coruja-da-torre ou coruja-católica, a espécie está entre os grandes exemplos de vínculo na vida animal, demonstrando forte ligação não só com o parceiro, mas também com o território. É uma ave popular no Brasil por também viver em centros urbanos, usando sótãos, celeiros e torres de igrejas para dormir ou fazer seu ninho. Tem vida média de 10 anos. Os biomas que mais abrigam corujas no Brasil são Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado e Caatinga. A porção sul da Mata Atlântica, localizada nos estados do Paraná, Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, reúne cerca de 17 espécies. Há poucos dados sobre o status de conservação das corujas. Na maioria das vezes, são classificadas como "espécie com dados desconhecidos" nas listas de espécies ameaçadas de extinção.
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Albatroz Foto Renato Santana Albatroz |
No Brasil, ocorrem dez espécies de albatroz, que vivem na costa litorânea de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Quando acasala, a ave mantém o seu par para o resto da vida. São conhecidos pela troca de carícia com o toque dos bicos e pela dança que o macho executa para atrair a fêmea. No período de reprodução, o macho escolhe o local para o ninho, defendendo o território de outros animais até a chegada de sua parceira. O casal se reveza para chocar os ovos e buscar alimento. O albatroz é uma ave marinha de grande porte, que consegue voar longas distâncias, mas é mais conhecido por suas aterrissagens desajeitadas. Passa a vida, que pode chegar a quase 50 anos, voando em alto-mar e tem a habilidade de dormir na superfície da água.
Sobre a Fundação Grupo Boticário
Com 30 anos de história, a Fundação Grupo Boticário é uma das principais fundações empresariais do Brasil que atuam para proteger a natureza brasileira. A instituição atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e em políticas públicas e apoia ações que aproximem diferentes atores e mecanismos em busca de soluções para os principais desafios ambientais, sociais e econômicos. Já doou mais de R$ 80 milhões para mais de 1.600 iniciativas dedicadas à causa da conservação em todo o País. Protege duas áreas de Mata Atlântica e Cerrado – os biomas mais ameaçados do Brasil –, somando 11 mil hectares, o equivalente a 70 Parques do Ibirapuera. Com mais de 1,2 milhão de seguidores nas redes sociais, busca também aproximar a natureza do cotidiano das pessoas. A Fundação é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial.
Fonte: Piauí Hoje
Com informações da Fundação Grupo Boticário
Edição: Mário Pires Santana
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